Brasil quer financiar
exportação à Venezuela
para driblar atrasos - FORMULA PROEX- BANCO DO BRASIL
Fabio Murakawa
De São Paulo
Preocupado com os frequentes
atrasos no pagamento às empresas
que exportam para a Venezuela, o
governo brasileiro já prepara um
plano para garantir a remuneração
dos exportadores e, ao mesmo
tempo, driblar a burocracia que
enfrentam os importadores venezuelanos
para obter dólares e pagar
seus fornecedores no Brasil.
O Valor apurou que o Ministério
do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior (Mdic) quer
utilizar recursos do Programa de
Financiamento às Exportações
(Proex), operado pelo Banco do
Brasil, para financiar as exportações
brasileiras à Venezuela. Pelo
modelo proposto, o estatal Banco
deVenezuela seria o tomador e garantiria
a operação. A instituição
repassaria os dólares diretamente
ao exportador brasileiro, quitando
o empréstimo com o Banco do Brasil
de maneira parcelada.
O Mdic pretende, porém, que
essa operação exima os importadores
venezuelanos de passar pela
Cadivi (Comissão de Administração
de Divisas), o órgão que regula
o câmbio no país. Busca-se, assim,
uma via rápida para que os importadores
obtenham dólares para
pagar os exportadores brasileiros,
que têm reclamado de atrasos. São
justamente os atrasos nos repasses
da Cadivi que têm deixado os compradores
venezuelanos inadimplentes.
No país, o câmbio oficial e
controlado está a 6,30 bolívares
por dólar. No paralelo, ilegal, a cotação
ontem era de 54 bolívares.
Oficialmente, o Mdic confirma
que discute com o país vizinho “a
garantia de um banco oficial venezuelano
às exportações brasileiras
para aquele país, a fim de facilitar o
pagamento dos exportadores brasileiros”.
Mas não dá detalhes.
A proposta, ainda não formalizada,
foi discutida durante visita
do ministro Fernando Pimentel à
Venezuela, em junho deste ano. Ela
está sendo discutida pelo Grupo
de Trabalho sobre Assuntos Econômicos
e Comerciais, criado em
junho e que integra técnicos do
Mdic e do Ministério da Indústria
da Venezuela. Os dois países pretendem
assinar, em breve, um Memorando
de Entendimento sobre
Créditos para a Exportação.
A ideia do Mdic é que o montante
a ser destinado para essas operações
e os limites máximos sejam
definidos pelo Cofig (órgão colegiado
que trata dos financiamentos
às exportações brasileiras).
A irregularidade nos pagamentos
travou o comércio entre os
dois países. Entre janeiro e setembro,
as exportações brasileiras à
Venezuela somaram US$ 3,124 bilhões,
contra US$ 3,746 bilhões no
mesmo período de 2012. O superávit
recorde do ano passado, de
US$ 4,059 bilhões, atrás apenas de
Holanda e China, dificilmente será
repetido ao final de 2013.
A situação de escassez — de dólares
e produtos—agravou-se neste
ano na Venezuela, que passou
por duas eleições presidenciais entre
outubro do ano passado e abril
de 2013, esta última após a morte
do presidente Hugo Chávez. A gastança
nos períodos pré-eleitorais
obrigou o presidente Nicolás Maduro
a apertar os cintos, o que se
refletiu em uma dificuldade dos
importadores de obter divisas e
quitar seus compromissos. Como
o país — que obtém 96% de seus
dólares com o petróleo — importa
cerca de 70% de tudo o que consome,
isso resultou em uma escassez
de diversos produtos, de papel higiênico
a autopeças.
A economia também sofreu. A
inflação, que fechou 2012 em
20,1%, acumulou alta de 49,4% entre
janeiro e setembro. E o PIB, que
cresceu 5,5% no ano passado, deve
aumentar 1% em 2013, segundo o
Fundo Monetário Internacional.
Em maio último, o governo venezuelano
admitiu que a Cadivi
acumulava um atraso na entrega
de US$ 8 bilhões a US$ 9 bilhões
aos importadores locais. À época, a
Câmara de Comércio Brasil-Venezuela
(Cavenbra) estimava que,
desse total, US$ 1, 5 bilhão eram referentes
a exportações brasileiras.
A entidade não tem uma estimativa
mais recente. Afirma que a
situação melhorou com leilões de
dólares promovidos pelo governo,
mas diz que a inadimplência ainda
é grande em setores nos quais os
importadores são privados, como
pneus, químicos e autopeças. Setores
prioritários, como carnes, frango,
açúcar e medicamentos, cujas
importações são feitas em grande
parte pelo governo socialista, têm melhores oportunidades
VENEZUELA BUSCA OFERECER FORMULAS DE 3 BILHOES DE ATRAZOS
ATRAVES DO BANK DE AMERICA
sofrido menos com os atrasos
miércoles, 27 de noviembre de 2013
BRASIL BUSCA FORMULA PARA EXPORTADORES BRASILEIROS PARA VENEZUELA PARA FINAL DO ANO E PROXIMO ANO
Publicado por
Venesuramerica
en
9:55
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